"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

domingo, 9 de agosto de 2009

Fogueira de Seu padre

Perdoe-me se peco

se faço de mim todo amor dessa vida

se quero para mim prazeres intermináveis.


Desculpe meus desejos mundanos,

minhas necessidades humanas,

minhas vontades viris, 

se tenho em mim tesão, ambições e luxuria,

se pretendo viver intensamente cada orgasmo que me for concebido


Desculpe se burlo suas "leis divinas"

se possuo neste corpo uma alma pecaminosa.

Se procuro todo dia perder-me um pouco mais

esquecer de mim, esquecer de tudo e todos.


Desculpe-me se não sigo suas regras, 

se para você sou bruxa.

Se não concordo que serás mais puro e 

mais perto do teu deus

se eu me por a queimar na fogueira.

Mentindo e matando para se santificar. 

Desculpe minha busca incessante pelo gozo

Minha alma travessa sempre a provocar


Desculpe se te provoco com minha inocência

se mostro para ti que o único corrompido aqui 'és tu'.


Você me ama e por isso me condena.

E essa vergonha você jamais esquecerá.


Mate-me se for preciso

Mas lembre-se que sou toda amor..


Que sofres junto comigo 

e que sua boca vai assim queimar para sempre.


Sou tudo o que você sempre quis 

sou o seu arder, o seu prazer

que vê queimar e portanto jamais terá.



Baseado em O Santo Inquérito e inspirada no personagem de Branca de Dias Gomes.

2 comentários:

Sonja disse...

Gostei muito, demais. perdoe-me buscar sempre o gozo.

Jack Staobeck disse...

gostei desse menina
um elogio ao sexo e a libido e que se foda o moralismo castrante