"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

sábado, 1 de agosto de 2009

Ressaca dos amigos

Vem um, vem dois, vem mil.

Muito mais do que o esperado, vem quinhentos, 

manadas furiosas cheias de hormonios em fúria prontos para destruir um lar de familia.

Vem um de cada vez, vem todos juntos, de uma vez só. Mas vem.


E em milesimos de segundos é uma festa, 

uma bagunça, baderna, farra, loucura, 

um "let's do it like they do on the Discovery Channel" ao vivo.


É de deixar tudo pelos ares, sorrisos, choros, barracos, beijos, abraços, amassos, fumantes, bebados, safados santos, santos safados, inofensivos, feras loucas, sim, tem de tudo.

É um auê até altas horas. 

Os vizinhos se mudaram, a policia foi dormir..


Quando que de repente bate a hora, um por um se vai, mesmo que parecendo uma manada.

E vão indo, indo.. 

Nem que o sol já venha bater minha cara, o ultimo sempre acaba indo.

Até que este sorri aquele sorriso torto de culpa e se despede, 

dando uma ultima olhada para o que foi antes um ambiente que se pudesse viver dentro.


E assim foi, um susto, um salto, um beijo, um orgasmo

Tão de momento, tão forte, intenso, turbulento para acabar assim tão rápido, tão nada, tão.. vazio

Por que não durou anos? Por que não enchem meu peito por todo os momentos? 

Por que se vão? Por que sempre voltam?


"A gente se ve.. hehe"

E a porta se fecha, eu tranco com chave, olho para trás e me vem o vazio desértico.

Agora sou eu e todos os fantasmas do que foi uma alegria, do que foi uma euforia.

Eu, os fantasmas e eu mesma.


E nós ouvindo o zumbido do que foi uma música agitada.

Todos nós vendo as pegadas de um chão massacrado, pisoteado, ensopado, onde já se foi dançado sobre.

As comidas que não foram comidas esparramadas pelas mesas, cadeiras, pelo chão, banheiro, por todos os lugares.

Bebidas não terminadas, derramadas, pisadas.

Sofás sujos, banheiros em caos, luzes ainda sem cessar seu cansado piscar


E então foi isso, tudo o que sobrou, tudo o que sempre sobra.

Um comentário:

Ana disse...

PORRA eu adorei o texto! : )