"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quanto tempo tem?



Quanto tempo tem do tempo

que me enferrujo ao relento

Me esqueci que já passou

o tempo de ser eu quem sou?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ameixa Murcha

A cachorrada nova ta solta
e ninguém aqui quer sair de casa
Nas esquinas, chinelos e pão
e o circo já vem chegando

Corram todos, venham ver
fantoches novos que brilham no escuro
bem maleáveis e manipuláveis
com espinhos na ponta do nariz

Esquinas escuras, ameixas maduras
todos querem um pedaço de si mesmos
para guardar secretamente
no apego do seu bolso, sem ninguém nos ver

O circo é o lar de nossas antigas crianças,
enrugadas e moribundas,
semi mortas e vagabundas
vivendo no cemitério do nosso tempo que nunca morreu

Todas querem fazer parte dessa escultura
e correm infinitas vezes em seus lugares
com fitas vermelhas enfeitadas de prata
na sua eterna negação do inevitável