"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"Cada três segundos morre uma criança"

"Os efeitos da pobreza são devastadores e afetam metade das crianças do mundo (mais de mil milhões): mata-as; impede-as de crescerem de forma saudável; potencia o aparecimento de doenças; tira-lhes o ensino; torna-as vítimas do tráfico humano e diminui a capacidade das famílias e das comunidades de se ocuparem dos seus filhos. O alerta é da UNICEF, que ontem apresentou o relatório de 2005. «Em cada três segundos, morre uma criança devido à pobreza», frisa o sociólogoBruto da Costa.

Eis a realidade: uma em cada seis crianças sofre de fome; uma em cada sete não tem cuidados de saúde; uma em cada cinco está privada de água potável e uma em cada três não possui instalações sanitárias. Mais de 640 milhões vivem em habitações sobrelotadas e 300 milhões não têm acesso à televisão, rádio, telefone ou jornais; 121 milhões, a maioria meninas, não frequentam a escola primária. Outras são obrigadas a crescer rapidamente: 180 milhões trabalham nas piores condições; 1,2 milhões são vítimas de tráfico anualmente e dois milhões prostituem-se.

Em 2003, a sida matou 500 mil crianças e 630 mil contraíram o vírus, aumentado para 2,1 milhões o número das pessoas com menos de 15 anos que têm o HIV.

Os conflitos armados foram responsáveis pela morte de 1,6 milhões menores nos anos 90; 20 milhões deixaram as casas para fugir à guerra. As minas terrestres matam quatro mil crianças por ano."




Quanto você se esforça para ver o mundo que eles fingem que não vêem?






Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=592305

Shhh..

Eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio,eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio,eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio, eu te odeio,  eu te odeio, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo

domingo, 16 de agosto de 2009

As palavras de um poeta

O que restaria de um poeta

se o sofrimento cessasse

e o amor se acabasse

seriam as palavras


Palavras tão ocas como um tronco vazio

tão vazias como um balbuciar cuspido

tão cuspidas como a monotonia da ignorância

tão monótonas quanto um abandonado navio

tão abandonadas como um corpo morto.


O que faz o poeta

quando o sofrimento cessa

e o amor se acaba?


Um corpo morto.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sejam bem vindos dentro de mim!

Diferentes sensações

que vou provando uma por uma

provocando meus sentidos

aguçando meus ouvidos

atiçando as vontades

descobrindo meus desejos

sem problemas, sem problemas


Diferentes gostos

diferentes rostos

veja você também


diferentes cores e tons e formas

amarelo, verde, vermelho

cinza, azul, rosa e mel


sou bandeira, sou nação

preta e branca, eu sou índio

vermelha e verde, sou alemã

brasileira, americana, macumbeira

é corda bamba


eu fico toda

toda

toda

toda colorida

toda anil

eu sou toda azul anil


Venham ver as minhas cores!

Provem dos meus sabores!

Minas coloridas de ouro flutuante

na minha cabeça, tudo gira


gira mundo

gira cores

gira rodas

gira sois


não tem peso, nem remorso

eu sou toda diferente: tons e formas

sejam também

bem vindos a mim

entrem em mim

e provem de mim

tudo que quiserem

e puderem provar


Bem vindos!

domingo, 9 de agosto de 2009

Fogueira de Seu padre

Perdoe-me se peco

se faço de mim todo amor dessa vida

se quero para mim prazeres intermináveis.


Desculpe meus desejos mundanos,

minhas necessidades humanas,

minhas vontades viris, 

se tenho em mim tesão, ambições e luxuria,

se pretendo viver intensamente cada orgasmo que me for concebido


Desculpe se burlo suas "leis divinas"

se possuo neste corpo uma alma pecaminosa.

Se procuro todo dia perder-me um pouco mais

esquecer de mim, esquecer de tudo e todos.


Desculpe-me se não sigo suas regras, 

se para você sou bruxa.

Se não concordo que serás mais puro e 

mais perto do teu deus

se eu me por a queimar na fogueira.

Mentindo e matando para se santificar. 

Desculpe minha busca incessante pelo gozo

Minha alma travessa sempre a provocar


Desculpe se te provoco com minha inocência

se mostro para ti que o único corrompido aqui 'és tu'.


Você me ama e por isso me condena.

E essa vergonha você jamais esquecerá.


Mate-me se for preciso

Mas lembre-se que sou toda amor..


Que sofres junto comigo 

e que sua boca vai assim queimar para sempre.


Sou tudo o que você sempre quis 

sou o seu arder, o seu prazer

que vê queimar e portanto jamais terá.



Baseado em O Santo Inquérito e inspirada no personagem de Branca de Dias Gomes.

Negra deusa cadela


E naquele momento sórdido

o seu corpo jovial aclamava por sossego

e o seu suspiro de dor rodeou o sentimento ardente e tão escrupuloso do meu sentir

a honra se transformou num enorme sentimento de fraqueza a qual eu deveria de ter me envergonhado

a humilhação era clara em seus olhos escuros, não queria estar ali, não em vida

e o seu suor transbordava na imagem de seu 

corpo negro, pobre e sofrido 

O medo pairava no seu olhar profundo e assustado

seu corpo torturado oscilava por carinho e amor verdadeiro

não pude fazer nada para segurá-la em vida

ela atacou-se num grito de dor e prazer

misturado com o medo e a sorte de morrer

domingo, 2 de agosto de 2009

A vingança de Eros

Eros, seu covarde

como pôde fazer isso comigo?

Meu peito agora desadormecido arde

por servir o seu castigo!


Por que você se vinga?

Por que insiste nesse amor?

Esse corpo jovem agora mingua

em pensar em se decompor


Eros, eu lhe julgo os atos

sempre atirando em quem lhe convém

e é por isso que Tânatos

tantos trabalhos tem.



Eros: cupido; deus grego do amor

Tânatos: personificação da morte

Seus olhos azuis, verdes e vermelhos

Não te conheço e já me encanto

defeito meu por me apaixonar pela escuridão

você esta sempre aqui enquanto durmo acordada

sempre a me ver, me vigiar, me seguir, me olhar


Eu não sei o que meu corpo abriga

que me leva a você em cada esquina

meus olhos cintilantes pelorando em sua boca fria

do seu mantra congelado, morto e desarmado


Você nunca vai embora

nunca foi, e parece que nunca irá

seguindo cada olhar meu, cada respiração, cada piscar

e na penumbra dos meus pesadelos, você vai estar lá


Não há novidade em questão

já é tudo velho, tão acostumado como um sapato surrado

você já me vem com este olhar triste o qual não consigo encarar

e seus olhos azuis, verdes e vermelhos me abalam de uma só vez


Eu desisto, não quero mais resistir

já me entreguei aos fatos que esse ódio de ter ver assim

é amor traduzido, é desejo contido,

é você, sempre você dentro de mim

Samba da Aninha

La vem ela

Roda samba

roda bela

corda bamba


sua costura

seu andar

me embaraça

o balançar


Ana minha,

ana bela

anazinha

lá vem ela.

Adjetivante

É, é impossível.

Impossível, barulhento, maleável, irresistível, fácil, irrelevante, polemico, pornográfico, ruim, proibido, estranho, ilegal, esperado, angustiante, ansioso, bonito, sujo, nada utópico, indiscutível, normal, molestado, impensável, errado, bom, turbulento, incomum, desconhecido, conversável, possível, incansável, feio, secreto, pensavel, inevitável, silencioso, casual, pensado, imediato, correto, intacto, irresponsável, permitido, chocante, lindo, diferente, irreversível, errado, tenso, irrealizável, apreciável..

E é por tudo isso que parece fazer tanto sentido..

sábado, 1 de agosto de 2009

Ressaca dos amigos

Vem um, vem dois, vem mil.

Muito mais do que o esperado, vem quinhentos, 

manadas furiosas cheias de hormonios em fúria prontos para destruir um lar de familia.

Vem um de cada vez, vem todos juntos, de uma vez só. Mas vem.


E em milesimos de segundos é uma festa, 

uma bagunça, baderna, farra, loucura, 

um "let's do it like they do on the Discovery Channel" ao vivo.


É de deixar tudo pelos ares, sorrisos, choros, barracos, beijos, abraços, amassos, fumantes, bebados, safados santos, santos safados, inofensivos, feras loucas, sim, tem de tudo.

É um auê até altas horas. 

Os vizinhos se mudaram, a policia foi dormir..


Quando que de repente bate a hora, um por um se vai, mesmo que parecendo uma manada.

E vão indo, indo.. 

Nem que o sol já venha bater minha cara, o ultimo sempre acaba indo.

Até que este sorri aquele sorriso torto de culpa e se despede, 

dando uma ultima olhada para o que foi antes um ambiente que se pudesse viver dentro.


E assim foi, um susto, um salto, um beijo, um orgasmo

Tão de momento, tão forte, intenso, turbulento para acabar assim tão rápido, tão nada, tão.. vazio

Por que não durou anos? Por que não enchem meu peito por todo os momentos? 

Por que se vão? Por que sempre voltam?


"A gente se ve.. hehe"

E a porta se fecha, eu tranco com chave, olho para trás e me vem o vazio desértico.

Agora sou eu e todos os fantasmas do que foi uma alegria, do que foi uma euforia.

Eu, os fantasmas e eu mesma.


E nós ouvindo o zumbido do que foi uma música agitada.

Todos nós vendo as pegadas de um chão massacrado, pisoteado, ensopado, onde já se foi dançado sobre.

As comidas que não foram comidas esparramadas pelas mesas, cadeiras, pelo chão, banheiro, por todos os lugares.

Bebidas não terminadas, derramadas, pisadas.

Sofás sujos, banheiros em caos, luzes ainda sem cessar seu cansado piscar


E então foi isso, tudo o que sobrou, tudo o que sempre sobra.

Valsinha para o filho da puta

Poli, minha bela eu poli

Tico, o teco mandou avisar

Filho da banda de lá

Da queda

Puta virá