É tudo cinza
não há outra cor, não há ar puro
Desde quando abrem os olhos
até a ultima que os fecha
Aquela pele rasgada e sofrida
a boca esboçando um sorriso
no rosto de uma criança sem infância
tingida de preto das cinzas
para uma fotografia
Os olhos fundos
sem desejos profundos
faltando objetivos mundanos que deveriam ter
as crianças que trabalham de sol a sol
Nascendo naquele meio
ele não poderia ter outros sonhos
se não ser o que ele é
por desconhecer o que ele não é
Com as mãos eternamente sujas de carvão
limpam os rostos imundos de terra
os pulmões cheio de cinzas
uma vida que começa e acaba cedo
novo demais
triste demais
cansado demais
Só uma criança, só um menino
que já cresceu cedo por instinto
que sente as dores de um velho franzino
com sonhos de alguém que simplesmente não acredita mais neles
"As lágrimas e o suor se misturam ao pó de carvão e formam uma máscara que cobre suas feições de menino."
"A palavra progresso não terá qualquer sentido quando houver crianças infelizes."
Albert Einstein
Um comentário:
Lindíssimo!
Postar um comentário