Sentamos por impulso.
Algo dentro dele despertava-me o interesse.
Ele tinha em si uma diferença,
ele queria, no fundo ele queria.
Em sua cabeça ele talvez ouviria
o que jamais tinha ouvido antes
e isso o animava.
Começamos a conversar
seus olhos eram vazios,
loucos para serem completados
com o que conseguiria ver em sua mente.
Foram horas a fio,
ele se recusava a pelo menos imaginar
para que talvez conseguisse entender
o que se passava dentro de mim.
Quando de súbito
voltou-se a si
e desesperadamente
mandou-me parar.
O medo o dominou,
não quereria explorar,
seu mundo cego
entre suas quatro paredes muito bem construídas
o agradavam demasiadamente.
Para que mudar?
Fugiu
como um animal medroso
de algo que não sabia
como poderia acabar.
"Não quero ficar louco."
era tudo o que conseguia falar,
nem mesmo queria deixar-se enxergar
e testar um pouco do que considerava loucura,
sem um pingo de curiosidade por ela.
"Eu tenho medo."
repetiu por mais cinco vezes
e saiu do quarto,
voltando para suas quatro paredes
vazias.
3 comentários:
Uns com tanto... outros com tão pouco.
Tbm tenho meus arroubos de medo e covardia, mas nossa! Se uma mão se estende a mim e diz q tudo o q preciso é confiar nela... ahhhh... eu já estaria lá!
é isso, vivemos tao bem no mundo pequeno que conhecemos e controlamos, e muitas vezes deixamos de conhecer coisas maravilhosas pelo simples medo do desconhecido. Isso nos assusta tanto......
Linda!
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