"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Não quero ficar louco!

Sentamos por impulso.

Algo dentro dele despertava-me o interesse.

Ele tinha em si uma diferença, 

ele queria, no fundo ele queria.


Em sua cabeça ele talvez ouviria 

o que jamais tinha ouvido antes 

e isso o animava.


Começamos a conversar 

seus olhos eram vazios, 

loucos para serem completados 

com o que conseguiria ver em sua mente.


Foram horas a fio, 

ele se recusava a pelo menos imaginar 

para que talvez conseguisse entender 

o que se passava dentro de mim.


Quando de súbito 

voltou-se a si 

e desesperadamente 

mandou-me parar.


O medo o dominou, 

não quereria explorar, 

seu mundo cego 

entre suas quatro paredes muito bem construídas 

o agradavam demasiadamente.

Para que mudar?


Fugiu 

como um animal medroso 

de algo que não sabia 

como poderia acabar. 


"Não quero ficar louco." 


era tudo o que conseguia falar, 

nem mesmo queria deixar-se enxergar

e testar um pouco do que considerava loucura, 

sem um pingo de curiosidade por ela.


"Eu tenho medo." 

repetiu por mais cinco vezes 

e saiu do quarto, 

voltando para suas quatro paredes 


vazias.


3 comentários:

Sayd Mansur disse...

Uns com tanto... outros com tão pouco.
Tbm tenho meus arroubos de medo e covardia, mas nossa! Se uma mão se estende a mim e diz q tudo o q preciso é confiar nela... ahhhh... eu já estaria lá!

carol disse...

é isso, vivemos tao bem no mundo pequeno que conhecemos e controlamos, e muitas vezes deixamos de conhecer coisas maravilhosas pelo simples medo do desconhecido. Isso nos assusta tanto......

Júlia disse...

Linda!