"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."


Cazuza

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Abrólhos!

Os olhares vem,

e ao mesmo tempo vão

Eles sabem que são

e correm soltos por aí


Sem compromisso

Sem idade

Sem respostas

Sem vaidade


Como todos que enxergam ou hão de ver

falarei com os olhos

sobre o que se tem de dizer

sobre olhares que dizem


Deixo-os escorrerem

por todo o meu corpo

penetrarem no seio,

cabeça, nuca e quase morro


E eles correm devagar

correm depressa

se esbarram em esquinas

de prazer e tensão


Misturados com o tesão

de ler suas entranhas

entre finas e lindas

linhas da imaginação


Os olhares que entram

que ficam em mim

fincam em mim

grudam em mim


As visões do vício

do ódio, do horror

os olhares do mistério

da paixão, do amor

Um comentário:

Do Gato e a Torrada disse...

But what's it, what is to really open your eyes?
Abr'ólhos
Abrôlhos
Que sou cego
Cego, cego,
Portas com ferrolhos.