Ele dormiu...
dormiu..
dor.
dó.
ó.
.
"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi."
Cazuza
Os olhares vem,
e ao mesmo tempo vão
Eles sabem que são
e correm soltos por aí
Sem compromisso
Sem idade
Sem respostas
Sem vaidade
Como todos que enxergam ou hão de ver
falarei com os olhos
sobre o que se tem de dizer
sobre olhares que dizem
Deixo-os escorrerem
por todo o meu corpo
penetrarem no seio,
cabeça, nuca e quase morro
E eles correm devagar
correm depressa
se esbarram em esquinas
de prazer e tensão
Misturados com o tesão
de ler suas entranhas
entre finas e lindas
linhas da imaginação
Os olhares que entram
que ficam em mim
fincam em mim
grudam em mim
As visões do vício
do ódio, do horror
os olhares do mistério
da paixão, do amor